ARTIGO - TEREZINHA E FRANCISCO XAVIER CELEBRAR AS MISSÕES COM CORAGEM

ARTIGO

TEREZINHA E FRANCISCO XAVIER CELEBRAR AS MISSÕES COM CORAGEM

Pe. Antônio S. Bogaz – Prof. João H. Hansen
Apresentadores da  série: Bíblia Sagrada: um presente divino. TV Imaculada. Brasil
Criado em: 30/08/2019
CELEBRAR AS MISSÕES COM CORAGEM
Com frequência, ficamos assustados com notícias de missionários distantes que são atacados pelos inimigos de Cristo. São igrejas explodidas, cristãos sacrificados em praças públicas e ataques a cultos cristãos. Por certo, ficamos muito assustados e pedimos clemência a Deus. Mesmo em países de tradição cristã e com grande presença católica, ficamos assustados com ataques às Igrejas e às comunidades. Muitas vezes são campanhas intensas contra a Igreja, que nos deixam mais ainda perplexos. Pequenas notícias se tornam grandes manchetes e os sacerdotes e religiosos são alvo de ataques de interesses midiáticos e de grupos econômicos sem pudor e disfarçados de “servidores da verdade”. São grandes movimentos contra as atividades da Igreja e seus ministros, naquela antiga máxima: “atacar o pastor para dispersar as ovelhas”. Neste contexto, desperta-se mais fortemente o espírito missionário. É preciso ter coragem, como em velhos tempos. Está difícil e muitas vezes perigoso anunciar Jesus Cristo, pois os interesses políticos, econômicos e midiáticos são vorazes e ferozes e se colocam contra a mensagem de Cristo e da Igreja. Mesmo o Papa Francisco, na sua simplicidade e dedicação, torna-se “tábua de tiro ao alvo” dos movimentos sem escrúpulos, de todos os lados e mesmo dentro da Igreja. É tempo de ser missionário. Revistamo-nos de força e coragem para sermos missionários. Vamos celebrar as missões.
MEMORÁVEIS SANTOS MISSIONÁRIOS:
O apelo de Jesus Cristo: “ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho a todas as nações” continua a irradiar em nossos corações um impulso missionário. Os missionários foram sempre cristãos corajosos que deixaram sua “zona de conforto” e se lançaram em terras distantes, buscando o desconhecido para iluminar os povos com a mensagem de Jesus Cristo. Cristo é o grande missionário do Pai, que vem ao mundo para trazer a graça de seu poder e de seu amor. Para anunciar a Boa Nova, enfrentou todas as adversidades dos poderosos do templo e do palácio e mesmo sofreu o suplício da cruz. Para cumprir sua missão, caminhou por montanhas e atravessou desertos e lagos, sempre testemunhando o amor infinito de Deus, colocando-se perigosamente ao lado dos pobres e dos desprezados. Os apóstolos de Cristo entenderam a sua missão e saíram para evangelizar. Todos eles partiram para lugares desconhecidos, em tempos difíceis. Todos eles, com exceção de João, morreram mártires das missões. Não tiveram medo, antes tiveram grande coragem e foram corajosos e fortes no enfrentamento dos pagãos e dos poderes romanos. Assim, os apóstolos atingiram as fronteiras conhecidas do Império Romano e deixaram as marcas do amor de Deus em tantos corações. Tantos missionários vieram no passar dos séculos e se tornaram grandes santos. Foram para os países distantes da Europa e da Ásia e no norte da África. Recordamos a força missionária dos padres da Igreja, como Agostinho, Ambrósio, Basílio e tantos que entregaram suas vidas e escreveram bonitas páginas no diário universal do cristianismo. Ser missionário implicava em lançar-se no desconhecido e partir para terras distantes, para nunca mais voltar para sua pátria. Hoje temos muitos meios de transportes, mas podemos imaginar a força do ideal dos missionários que deixavam seus pais e irmãos e partiam para as Américas, para nunca mais voltar. No Brasil, pensemos no José de Anchieta, entre tantos outros nomes sagrados, que atravessaram o oceano perigoso e desconhecido e jamais voltaram a visitar seus familiares. Sua nova família, foram os indígenas, os quais se tornaram seus irmãos e filhos espirituais. A celebração das missões recorda estes nomes gloriosos que entregaram sua vida pela causa do evangelho. Não morreram como mártires, antes viveram como mártires, ofertando sua vida a cada dia como holocausto no altar do Senhor. Nossa grande reverência a estes grandes santos de nossa Igreja, que ainda hoje nos inspiram a sairmos de nossos comodismo e falar de Deus em todos os aerópagos do mundo atual.
NOSSOS PADOREIROS: TEREZINHA E FRANCISCO XAVIER
Basta folheamos os rituais de nossas celebrações, que encontramos muitos nomes de santos que se dedicaram às missões. E os santos são ainda mais, são centenas de santos missionários e milhares de fieis que vivem o espírito missionário em suas vidas. Recordamos na liturgia nossos patronos, tão marcantes como testemunho e inspiração para as missões. A jovem simples e mística Terezinha do Menino Jesus foi consagrada como padroeira das missões, mesmo sem ter deixado um dia sequer seus convento. Vivendo entre as grades de uma vida contemplativa no Carmelo de Lisieux, seu espírito voava distante até os missionários que viviam em outros continentes. Ela sentia o frio e o perigo dos missionários em seu coração. Seu sentimento é missionário, quando escreve “No coração me repercutia, continuamente, o brado de Jesus na Cruz: “Tenho sede!” Estas palavras acendiam em mim um ardor estranho e muito vivo” (MA 134). Sua paixão por Cristo e sua sede de almas para Deus tornam-se uma força espiritual profunda e verdadeira. Seu desejo fazia seus sentidos perpassarem os muros do convento para tocar o coração dos fiéis mais distantes. Ele revela seu anseio missionário: “Quisera percorrer a terra, apregoar teu nome. Quisera ser missionário não só por alguns anos, mas quisera sê-lo desde a criação do mundo e até a consumação dos séculos.” (MB 251). Para Terezinha, o missionário é a chave de evangelização para novas fronteiras do cristianismo, para salvar almas e defender os povos da tirania dos poderosos. Evangelizar é conquistar a salvação para todos os povos, pois todos são irmãos e filhos de Deus. Por esta razão, Francisco Xavier partiu para terras distantes, deixando também seu povo e seu país e navegando para terras distantes. Francisco foi um sacerdote da Companhia de Jesus e é conhecido como “Paulo de Tarso do Oriente”. Com Inácio de Loyola fundou a Companhia de Jesus, os Jesuítas, e partiu para terras distantes. Podemos imaginar naqueles tempos, no século XVI, partir para a Índia, Japão e China. Foi nestas terras e nestes povos desconhecidos que semeou as sementes do Evangelho. Inácio escreveu que Francisco tinha “um coração tão grande e uma alma tão nobre que não podem se contentar com as efêmeras honras terrenas, pois sua ambição é a glória que dura eternamente”. Afinal, ele se questiona com seu Mestre: “de que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua própria alma?”.
Ao celebrar São Francisco Xavier, entendemos a identidade do missionário. Em terras distantes, catequisou os povos, atendeu os doentes, celebrava com os leprosos, aprendeu as línguas dos povos e escreveu hinos cristãos para os novos convertidos. A tradição conta que as canções compostas por este grande missionário eram cantadas nas ruas, nos campos, nas escolas e nas famílias. A adversidade foi grande e a inveja tocou o coração dos inimigos. Em muitos lugares foi perseguido e ameaçado de morte, sobretudo no Japão. Depois de conquistas muitas almas para Jesus Cristo, as autoridades começaram a persegui-lo e difamá-lo cruelmente. Seguiu adiante e foi para o sul da Índia e tentou chegar até Hong Kong, em cuja viagem faleceu ainda jovem, com 46 anos. Sua vida foi um hino missionário e e considerado o padroeiro das missões com Santa Terezinha. Naqueles tempos difíceis das grandes navegações, muitos cristãos deixaram a Europa, sobretudo Espanha, Portugal, França e Itália e partiram para terras distantes, nas Américas, na Austrália e nos países da África, levando a Palavra de Deus e a caridade dos cristãos.
SER MISSIONÁRIO COM FRANCISCO, O PAPA
O Papa nos chama a celebrar as missões. Este é um apelo incessante de toda Igreja e muito especialmente de nosso pastor maior que, apesar de sua saúde frágil, segue até lugares mais difíceis para falar de Deus. Para este ano, o tema das missões é “batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Este ano celebramos o centenário da Carta Apostólica de Bento XV, promulgada em novembro de 1919, que nos chama para o serviço missionário. A carta denominada “Maximum Illud” é uma proposta evangélica para renovar o compromisso missionário de todos os cristãos. É preciso, mais do que nunca potenciar evangelicamente o anúncio de Cristo e sua mensagem para restaurar a justiça e a alegria no mundo. Da comunhão com Deus, que é parceria e unidade, somos convocados a partilhar a vida com os irmãos, sobretudo os mais pobres e os mais distantes. A vida divina é a inspiração para levar o amor para os povos, pois recebemos gratuitamente e assim devemos partilhar, como nos ensinou o Mestre (Mt 10, 8). Deus quer que todos os povos conheçam as verdades do Evangelho e se tornem seus pregadores para que a humanidade redescubra a cada dia a beleza de sermos filhos de Deus e irmãos em Cristo, sob o manto de Nossa Senhora. Esta é a missão da Igreja e todos somos seus servidores. Francisco, o Papa, nos fala a cada dia de uma Igreja em saída, que não se acomoda no seu pequeno mundo, mas parta para terras distantes. Esta é a conversão missionária para a qual somos todos convidados. Partir até os confins da terra. Na mensagem do Papa, que retoma a Carta Apostólica de Bento XV, aprendemos que “eu sou missionário pelo simples motivo de ser cristão”. Ser cristão é por si mesmo ser missionário e partir em busca dos irmãos, em outras terras, mas sobretudo nas próprias terras, na cidade, no bairro e na família. A Igreja é missionária e torna-se um sacramento da missão. Todos os batizados devem comunicar a graça que receberam, para que todos os povos sejam o corpo místico de Cristo e a Eucaristia é a força de todos os missionários. Uma só Igreja e um único Pastor para todos os povos, para transformar o mundo numa grande família. Os ensinamentos da Igreja recordam que devemos superar as fronteiras nacionalistas, étnicas e culturais, pois a mensagem dos missionários transbordam todos os limites das contingências humanas. Todas as culturas e todas as linguagens humanas podem ser cristianizadas sem perder sua força e sua graça particular, pois Deus está presente em todos os povos.
MISSIONAR DO OUTRO LADO DA RUA
Ainda em nossos dias, muitos missionários partem para terras longínquas, mas as missões de hoje exigem também a força evangelizadora muito pertinho de nós. São as missões populares e as pastorais missionárias. Na verdade, todas as pastorais da nossa comunidade devem ser missionárias, para reconquistar os católicos empoeirados e os que foram sequestrados por propostas religiosas levianas e sem exigências evangélicas, que são propostas modistas que pregam que basta gritar mil vezes o nome de Jesus já os torna cristãos. É preciso recristianizar os nossos povos, pois em muitos pontos houve envelhecimento da mensagem do Evangelho. Quando Luís Orione, no início do século XX, procurou o Papa Pio X com o desejo de ir para a Patagônia tão distante, o Pontífice lhe apontou uma missão muito pertinho, fora dos muros de Roma, na estrada da Via Appia. Muitos naquele bairro, não foram batizados e nem sequer participam das missas, pois não tem nenhum padre para celebrar. Foi assim que percebemos que a missão começa em nossa família e em nossa comunidade. É preciso ter insistência e serenidade, não proselitismo e nunca desanimar. Nosso país é novamente terra de missão e exige que gritemos alto, com palavras e testemunho o nome de Jesus.
CELEBRAR A ALEGRIA DAS MISSÕES
Os cristãos dedicam sus vidas e ofertam seus dons para realizar uma missão na Igreja. Somos indignos, mas a misericórdia de Deus nos dignifica e nos engrandece. Todos somos pequenos, mas engrandecidos pela graça divina, que age em nós e por meio de nós. Como missionários, contamos com a força do Espírito Sagrado, como servos, escolhidos no meio do povo, somos convocados a aprofundar nossas capacidades, nossos dons e nossos conhecimentos. Para ser missionário é preciso amar; para entregar-se é preciso se enriquecer. Somos servos da Palavra e é pela palavra que preparamos nosso coração para acolher o Cristo vivo em nossas vidas. Sem o dom da partilha nunca compreenderemos profundamente o sentido da missão. Pela força missionária, nossos antepassados semearam a fé e nos elevaram para o amor de Deus. Nos séculos, nos anos e nos milênios – já se passaram tantos – a palavra foi se encarnando, se atualizando e celebrando o encontro de fé e verdade entre Deus e seu povo. Os missionários nos ensinam este caminho ou melhor. A missão é a arte de elevar os espíritos para sua plenitude. Nós entramos por uma porta: a palavra de Deus. Esta porta está aberta para que todos possam ser convidados. Foi assim, que num ato de coragem tantos missionários abriram as portas do universo, para que o louvor nunca terminasse e a felicidade reinasse nos corações.
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